26 de set. de 2010

Gatos Encantados – e a FAUNA local...

Hoje, 25/09, foi dia de Parque.

Decidimos ir um pouco mais tarde, para ficarmos até a hora que o segurança da Cidade Fantasma diz ver os gatos por lá.

Sônia veio até minha casa pra buscar mais um pacotão de ração (da doação mensal que recebemos – Obrigada, nosso Benfeitor Anônimo) e já trazia no carro mais um pacotão de 25 quilos que tivemos que comprar.

Como todos sabem, ganhamos 100 quilos de ração por mês. Mas, atualmente, isso é pouco e temos que comprar mais cerca de 50 quilos mensalmente para alimentar todos os gatos (e gambás...) de lá.

A Lei de Murphy nos pegou direitinho... rs

Meu prédio tem 2 elevadores. Um está sendo modernizado e está parado... e o outro QUEBROU ontem de noite... rsrs

A nossa sorte é que não moro em andar alto e deu pra gente carregar o pacote de 25 quilos escadas abaixo. Estamos ficando com os “bíceps” lindos! Rsrs

Fomos direto para a Cidade Fantasma.

Não vimos nenhum dos Quatro Mosqueteiros lá. O consumo de ração foi compatível com a quantidade de gatos que imaginamos que se alimentam por ali. Mas não vimos nenhum sinal dos gatos de sempre.

Combinamos com os seguranças que voltaríamos no final da tarde para ver os gatos que eles dizem ver nesse horário e fomos para o Parque.

Hoje começamos de “trás pra frente”... Passamos antes na Frente do Parque para deixar os pacotes de ração.

Os comedouros estavam quase vazios. Os gatos estavam todos por ali!
Júnior, Tigrão (amigo do Junior), a Tigradinha que estava com Piometra, Sandy, Melancia uma outra Tigradinha e o Branquinho. Todos com fome!

Júnior e o amigo Tigrão
Branquinho
Os "meninos" comem de um lado...
... e as "meninas" do outro (se bem que, pelo que me lembro, Melancia é macho!).


Fizemos um super banquete, abastecemos os comedouros e, de repente, indo de um lado para o outro da Frente do Parque (os gatos se dividem nessa parte: Júnior, Branquinho e o Tigrão ficam de um lado e os outros do lado oposto), eu vi um “rabo” de animal dentro do lugar onde fica o comedouro das “meninas” (Sandy, a da Piometra, Melancia e a Tigradinha)...

Falei com a Sônia que tinha mais um gato comendo... e voltamos pra ver quem era... GATO???? Qual o que! Uma GAMBÁ imensa!
Sônia achou o bicho bonitinho... eu achei um HORROR! Um bicho horrível!
Ela saiu de perto do comedouro, fazendo um monte de “FSSSS” e subiu numa árvore, com uma facilidade que eu nunca tinha visto na vida!

Ah, Angela, deixa de ser má! O bichinho é bonitinho! E, de novo, haja ração!

Bem... comida e banquete servidos (e gambá espantada), fomos fazer a nossa “ronda”.

Paramos no “cantinho” do Vaquinha Miador, vulgo BEBÊ, e ele veio de longe correndo e miando. Dessa vez ele não estava no mangue. Estava do outro lado, pegando um solzinho tímido.
Bebê estava com o comedouro vazio. Encostado no mangue, é possível que as gambás façam a festa com a comidinha dele, né?

Depois de muitas “amassadas”, tivemos que continuar a “ronda”... e decidimos levar, mais uma vez, o Bebê para o Reduto da “tia” Sônia.. Quem sabe dessa vez ele ficava por lá, né?

Não gostamos de ver o Bebê tão sozinho... Adoraríamos que ele morasse com os outros gatos. Lá sempre tem comida e temos a impressão que estaria mais protegido...

Sônia achou por ali uma caixa de acrílico que resolvemos levar para montar uma caminha super chic para um dos gatos. Achamos que vai ter um “revezamento” de uso... rsrs
Ainda temos pedaços de cobertor e levamos para o Reduto da “tia” Sônia.

A caixa (um espetáculo) e o test drive com Sophie, é claro!!!


Bebê no colo, janelas do carro bem fechadas, fomos para o Reduto.
Ele parecia “preocupado” com a viagem (super curta... uns 400 metros).

Quando chegamos lá, todos os gatos estavam a nossa espera!

Abri a porta do carro e esperei que o Bebê decidisse a hora de descer do carro (torcendo muito pra ele não sair correndo de volta, né?).

A boa notícia é que o Bebê desceu do carro e não saiu correndo!

Sophie foi logo dar uma “cheiradinha” nele... O Pretinho com a ponta do rabo Branca, vulgo GORDO, também foi muito gentil com o Bebê.
Patynho, Mãe e Filhota e os outros pretinhos receberam o Bebê muito bem!

Bebê se ambientando

Bebê sendo recebido por Sophie e pelo Gordo

Olhem como o Gordo é gostoso!!!!!!!!!
Não dá para deixar essa foto de fora! Mamãe a a Filhota sempre grudadas!

Os comedouros dali também estavam com pouquíssima ração... e corremos para abastecê-los. Foi uma festa! Os gatos correram para os comedouros e se fartaram... Achamos que o restinho de ração que estava lá não devia estar mais com o “cheirinho” que eles tanto gostam.

Nada como uma ração fresquinha, né?

Fui preparar o Banquete e o Bebê atrás de mim...

De longe, dava pra ver a Silatinha (EX) Fujona, a linda irmã dela e a Sialatona.
Sialatinha e irmã, pra variar, bem longe da gente.

A sialatinha...
... e sua irmã

A hora do Banquete foi outra festa. Colocamos as bandejinhas e uns potinhos (para os mais tímidos) para que todos pudessem comer a vontade.

Banquete - reparem no dengo entre Bebê e Sophie!

Bebê participou da “farra”, apesar de já ter comido lá no seu cantinho.

Ah... os pombos também fizeram a festa... Até que Sophie decidiu dar uma de “gato”!
Ficou de tocaia perto do comedouro e espantou os pombos. Mas eles já estavam bem alimentados...

Os pombos se fartando... assim não há ração que chegue, né?
Depois que os pombos se fartaram Sophie, corajosamente, resolveu tomar conta da ração!

Então, fomos cuidar dos gatos da colônia transferida.

Bebê, Gordo e Patynho nos seguiram o tempo todo. Coisa mais linda!

No meio do caminho, a Gatinha do Quiosque nos “abordou” e foi acompanhando a nossa caminhada junto com os outros gatos.

Alguém lembra da Flauta Mágica? Igualzinho... só que não eram ratos... e sim GATOS!

A Flauta Mágica

Hoje a gatinha da mancha no nariz não deu ar de sua graça... Mas os outros gatos nos esperavam “ansiosos”...

Três gatos comendo em 1 potinho e a gatinha do quiosque comendo em outro

O clima entre o trio que nos seguiu e os gatos dessa colônia não foi muito pacífico e decidimos levar os gatos de volta para o pedaço deles.

Cada um no seu quadrado, né?

E eu e Sônia voltamos, com o trio andando atrás da gente... Muito lindinhos!

De volta ao Reduto da “tia” Sônia, ficamos sentadas ali, no chão, pensando no que fazer para manter o Bebê ali.

Fizemos muitos carinhos nele, em Sophie e no Gordo... Eles ficaram amiguinhos.

Os outros gatos ficaram deitados no terreirão, com a barriguinha bem cheia, ora tomando banho, ora cochilando...

De repente, ouvimos uma “conversa” entre duas aves... Piados muito altos que eu nunca tinha ouvido antes. Sônia achou que eram Maritacas... mas o som das Maritacas eu conheço... e não era!
Sônia foi fotografar os gatos e a câmera estava programada para filmar e acabamos gravando a “conversa”...

Os sons...

Ficamos olhando para as árvores de onde vinham o som e descobrimos se tratar de dois PAPAGAIOS! Certamente um casal... e que viverão felizes para sempre!
Não são os papagaios que vivem com um único parceiro a vida toda?
Ficamos emocionadas!

O papagaio fazendo a corte... parece que convenceu, não é?

Ah... vimos, também, um gato preto que não temos certeza se já é castrado... Pois só o vimos de muito longe. Eu acho que é um dos pretinhos que já levamos pra castrar há muito tempo. Sônia ficou em dúvida.

Gato preto que não reconhecemos

Começamos a “cantar pra subir”. Tínhamos que comer alguma coisa e voltar para a Cidade fantasma.
Mas, e o Bebê? Será que ficaria por ali? Será que seguiria o carro?

Ele estava deitado, bem a vontade, no meio do Terreirão...

Entramos no carro discretamente e nem nos despedimos dos gatos para não chamar a atenção do Bebê.

Ele ficou olhando para o carro e não fez menção de sair dali. Tomara que ele decida morar junto com os outros gatos...

No caminho, avistamos a Cor-de-Rosa. Sônia colocou um potinho de ração pra ela, mas, é claro, ela “se mandou”... Certamente ficou por perto e voltaria pra comer, né?

Tigrada Cor-de Rosa

Voltamos para a frente do Parque para pedir que o segurança abrisse o portão para sairmos e aproveitamos para dar mais umas amassadas no Branquinho e no Júnior.

E fomos lanchar.

Voltamos, então, para a Cidade Fantasma.

Logo na entrada, meu coração disparou! Já estava meio escuro e eu vi um gato peludo... Com rabão... Escuro e branco...

Lógico que pensei ser o Vaquinha-Pai... Mas não era!

Era a Fera do Buraco. Mãe do Laranjinha.

Ela está linda! Fazia tanto tempo que não a víamos... Foi uma surpresa.

A "Fera do Buraco" - não a víamos desde 05/06/2010 (claro que pesquisei no blog, pois minha memória não é tão boa assim...)


O segurança disse que é um dos gatos que freqüenta o lugar no final da tarde.
Como a pelagem dela é muito escura, o outro segurança pode ter confundido com o vaquinha-Pai (eu confundi! Imagina ele, né?)

Ficamos um tempão por ali, passeando dentro da Cidade Fantasma, esperando o aparecimento dos outros gatos e pensando...
Será que os gatos dali migraram para outro lugar? Será que morreram?
Nenhum outro gato apareceu hoje. Pelo que eles descrevem, imaginamos ser a família da Escaminha.

Nunca saberemos o que aconteceu.

Mas temos uma certeza: Conseguimos impedir que, seja lá o que for, continue acontecendo com gatos naquele lugar.

Pelas nossas contas, só faltam DOIS gatos a serem castrados e todos os outros não deixarão descendentes abandonados.

A nossa proposta sobre os Gatos Encantados sempre foi essa... Castrar os gatos e quebrar o Círculo Vicioso que existia lá de procriação e perpetuação do abandono.

Sabemos que vamos passar por essa tristeza a cada “sumiço” de cada gato... Mas também já sabíamos disso quando começamos.

Dói? Muito... Talvez mais do que imaginávamos que doeria.

Mas vai doer só dessa vez, né? Futuramente, não existirão mais gatos naquela colônia para entristecer nossos corações.

Com o coração apertado, comunicamos que não serão mais incluídas, nos próximos relatos, notícias da Cidade Fantasma.
A não ser que tenhamos alguma novidade.

Claro que continuaremos a ir lá. Claro que continuaremos a abastecer e limpar o Cafofo. E é claro que, se tivermos alguma novidade, colocaremos aqui em letras garrafais!

Mas, por enquanto, nos próximos relatos, não falaremos mais sobre o Cafofo.
É muito triste para nós e precisamos manter o equilíbrio emocional nosso e o de vocês.

8 comentários:

Patrícia disse...

Ah se pudessem colocar uma câmera lá...

Sônia Schmidt disse...

Seria legal, né? Mas não tem nem energia elétrica ligada onde eles ficam...

Alice disse...

Só de ler o relato fico muito triste em pensar o que pode ter acontecido com os gatinhos do cafofo. Compreendo a tristeza que devem sentir e respeito sua decisão. Tenho uma profunda admiração pelo trabalho que vocês realizam nesse local.

Sônia Schmidt disse...

Nem é bem uma decisão, Alice. É porque não adianta muito falarmos que não os vimos...

Mas se os virmos contaremos correndo!

andrea marväo disse...

Oi amiga, eu acredito q ainda estão por lá, sei q irão vê-los de novo. E o laranjinha? Tb não foi visto? Eu estava ansiosa esperando p ver se tinham conseguido pegá-lo. Bjs.

Rodocats disse...

Meninas, que o coisa mais emocionante essa caminhada à Flauta Mágica, lindo demais!!!
Em se tratando de gatos vivendo totalmente livres sem quase contato com humanos, esse feito é algo maravilhoso, VCS CONQUISTARAM ISSO!!!
Força, fé e coragem!!!
Estarei sempre na torcida por vcs e por eles, esses heróis da resistência felinos, juntos com vcs nessa caminhada pela vida!!!

"O homem bom do tesouro do seu coração tira coisas boas"

Vcs fazem mais que isso, repartem conosco... obrigada

Angela Belluomini disse...

Andréa,
Eu, particularmente, acredito que eles ainda estejam por lá. Mas não quero, e nem devo, alimentar esperanças.
Não vimos nem sombra de nenhum dos Quatro Mosqueteiros. Nem um sinal...
Se nós tivermos alguma novidade, postaremos em letras garrafais!
Obrigada pela preocupação e pela torcida.
Bjs

Angela Belluomini disse...

Clau,
No meio de toda essa aflição, acontecem coisas inesperadas que nos emocionam...
Acho que os Gatos Encantados não querem que eu e Sônia (e vocês) fiquemos tristes... E fazem essas gracinhas pra gente.
Essas coisas aquecem o coração, né?
A versão felina da Flauta Mágica nos fez um bem enorme.
É aquela "montanha-russa" emocional que já falei. Sempre saímos do Parque emocionalmente exaustas!
Obrigada sempre pela torcida e carinho.
Bjs