A Nova Casa dos Gatos Encantados ficou
pronta e, depois de planejarmos detalhadamente como seria a transferência
deles, a hora chegou!
Não podemos dizer que foi fácil. Nem para mim e Sônia e nem para a Noêmia e
tínhamos certeza que seria muito mais difícil para os gatos. Mas teria que ser feito e então decidimos
fazer no meio dos feriados para que pudéssemos estar presentes o máximo
possível e darmos toda a atenção para os Encantados na nova casa.
Algumas semanas antes, eu e Sônia
fomos lá verificar tudo. Levamos algumas
cestinhas deles e estantes novas para as paredes. Almofadinhas, arranhadores... um monte de coisinhas para “mobiliar” e
deixar a nova casa mais aconchegante.
Verificamos a segurança... tudo!
Conversamos com o pessoal que trabalha
na ONG Focinhos de Luz e ficamos felizes em ver que todos amam animais, são
gentis, carinhosos e calmos!
Amigos
a gente encontra
O
mundo não é só aqui
Repare
naquela estrada
Que
distância nos levará
Chegando perto do dia da
transferência, dia 26/12/2014, alugamos uma Van grande, da Vilma, e com boa refrigeração,
contratamos o JF Resgates (Jackson) para nos ajudar com os mais ariscos, pois
não queríamos estressá-los “correndo” atrás deles.
Contamos com a super ajuda do Gustavo Boaventura e do Michael Hosken, que foram
de carro levando caixas de transporte e voltaram trazendo o mobiliário do
gatil.
Bem...
dia 26 acordamos cedo e partimos para Araruama. Nervosas, tensas, assustadas... Acho que passamos uma imagem de “duronas”,
mas não somos.
O Projeto Gatos Encantados sempre foi uma montanha russa emocional para
nós. Passamos por momentos quase
desesperadores e angustiantes. Mas
sempre achamos que essa não poderia ser a imagem que um projeto tão legal
poderia passar para os outros. E
aprendemos a “engolir” o choro, a levantar a cabeça e seguir em frente.
Muitas vezes, eu e Sônia juntávamos os cacos uma da outra e colávamos para
seguir em frente. Mas as cicatrizes e os
remendos ficarão para sempre.
E apesar de tudo, sempre seguimos em frente.
Festejando as pequenas vitórias e guardando, bem guardadinhas, as
derrotas.
Enfim... lá fomos nós.
Enquanto nos preparávamos para começar
as capturas e a Van não chegava, Sônia telefonou para a motorista da Van e foi
para o portão esperá-la, pois ela já estava na esquina.
E nesse momento, Sônia ouviu um “miuuuuu...
miuuuuu...” Claro que esse som
para uma gateira é um sinal de alerta máximo, né?
E eis que apareceu uma micro gatinha, escaminha, atravessando a rua correndo na
direção da Sônia. E adivinhem?!?!?! Sônia pegou a gatinha!
Colocamos a bichinha DENTRO de um pote com ração e a bichinha comeu tão
sofregamente que emocionou todo mundo!
Resultado: Deena Love Encantada (nome da
gatinha) está instalada na Cat Caverna da casa da Sônia. Vamos cuidar, castrar e colocar Deena para
adoção!
E tudo resolvido com a Deena Love,
começamos a nos preparar para as capturas.
A Van ficou com o ar refrigerado ligado e decidimos começar com os gatos mais tranquilos.
Em pouco tempo, eu e Sônia conseguimos
“embalar” os gatos mais “fáceis” e deixamos os difíceis para o Jackson.
E a contratação dele foi uma das
melhores decisões que tomamos nesse processo!
Com muita calma e delicadeza, ele foi
pegando um a um. Claro que alguns
relutaram um pouco mais, ficaram estressados e subiram na grade. Mas o Jackson, com muita calma, firmeza e
delicadeza foi “embalando” todos. A cada um que ele pegava com o puçá e colocava na caixinha ele dizia: "muito obrigado" (eu ouvi, Jackson, e achei bonito!)
Gatos Encantados devidamente “guardados”,
eu fui com a Van e a toda a carga preciosa em direção a Sepetiba. Uma longa viagem!
Sônia voltou com o Jackson e o Gustavo
com o Michael. Com os carros lotados.
Como se fosse mágica, não pegamos
trânsito pesado na viagem. Fizemos uma
viagem tranqüila e até rápida, se pensarmos na distância. Foram quase quatro horas de viagem!
As
coisas que eu tenho aqui
Na
certa terei por lá
Segredos
de um caminhão
Fronteiras
por desvendar
E chegamos. Primeiro a Van com os gatos, logo depois o
Gustavo e o Michael e, por último, a Sônia (já sem o Jackson, que ficou no
caminho).
Levamos tudo para dentro do
gatil. Caixas de transporte, o
mobiliário e abrimos as portinhas das caixas.
Enquanto esperávamos que eles saíssem,
montamos rapidamente as estantes que vieram de Araruama (já tínhamos deixado tudo marcado e com os
pinos de fixação para não estressar os gatos) e, claro, que o Cabeção foi o
primeiro a sair da caixa e a circular pelo espaço.
Logo depois o Benvindo saiu, o Gooordo...
mas a maioria ficou dentro das caixas.
Bem assustadinhos.
Preparamos banquete (que não fez
sucesso... mas já esperávamos isso!) e tivemos algumas escaladas nas
telas. Mas bem menos assustador de
quando os levamos para Araruama (a primeira mudança deles).
Aos poucos, eles foram se acomodando
nas cestinhas na varanda de trás, como eu e Sônia imaginávamos que seria.
Já passava das 22 horas quando
decidimos ir embora. Deixamos as caixas
de transporte abertas, pois alguns gatos não saíram e não forçamos.
Não
diga que eu me perdi
Não
mande me procurar
Cidades
que eu nunca vi
São
casas de braços a me agasalhar
No sábado, dia 27/12, eu e Sônia
voltamos para Sepetiba pela manhã.
Os gatos estavam todos na varanda de
trás, bem assustadinhos. Olhavam para
nós sem entender o que estava acontecendo e isso foi triste. Gostaríamos muito que eles pudessem compreender
as coisas.
Mas, ainda assim, estavam bem menos apavorados do que imaginávamos que seria.
Lá é muito quente. O calor estava forte demais e ficamos
preocupadas.
Decidimos comprar mais um ventilador grande para a varanda. Pois dentro do Cafofo tem um ventilador de
teto (chiquérrimo!!! É um Spirit!). Mas eles preferiram ficar na varanda de trás,
por motivos óbvios, né?
Servimos banquetinho e alguns gatos se
aventuraram. Claro que Cabeção, Benvindo
e Branquinho são os que estão mais tranqüilos.
O Gooordo também não está estressado demais. Mas a Cor-de-Rosa comeu, a Printemps comeu... e mais outros que, para respeitar o stress
deles, não ficamos olhando muito.
No domingo, dia 28/12, eu e Sônia
voltamos para Sepetiba.
Antes passamos em algumas lojas para comprar o ventilador. Compramos um bem grandão, mais silencioso e
potente que encontramos.
Compramos extensão, canaletas, lacres...
e fizemos uma super “instalação elétrica” suspensa, passando por cima da
janela, com o cuidado de não deixar acesso à fiação.
Imediatamente ligamos o ventilador e
percebemos que eles gostaram. Ficaram
mais relaxados. Realmente é muito quente
lá.
E já decidimos cobrir mais uma parte do gramado com sombrite, que faz uma
sombra legal sem abafar. Assim, eles
terão mais espaço externo com sombra.
O gramado fez sucesso com o Cabeção,
Benvindo e Branquinho. Acho que eles já
conheceram todo o ambiente.
Ficamos lá umas 3 ou 4 horas, servimos
banquetinho, que fez um pouco mais de sucesso, trocamos a ração, colocamos água
fresca e descobrimos que o Cabeção adorou beber água gelada!
Achamos que eles já estavam mais calmos.
Claro que não significa que eles estão se sentindo “em casa”. Para isso, ainda vai levar algum tempo. Mas estamos animadas. Pois pensávamos que ficariam muito mais
estressados do que estão.
Passar
como passam os dias
Se
o calendário acabar
Eu
faço contar o tempo outra vez sim
Tudo
outra vez a passar
Na segunda-feira (29/12), eu tive que
trabalhar... Aí, Sônia foi sozinha!
Quer dizer... não foi sozinha!
Hoje a Francesca, vet querida,
foi com a Sônia visitar os Encantados.
Ela até queria avaliar muitos
gatos, mas eles ainda estão estressados. Então, foi somente conhecê-los e
orientar o “desmame” da medicação do Cabeção.
Aproveitou e conheceu toda a
estrutura dos Focinhos de Luz. Ela gostou bastante!
Assim que eles se acalmarem, vai
de novo para avaliá-los melhor.
Estava menos quente, hoje.
O capacitor do ventilador de teto
foi trocado e está um pouco melhor.
O ventilador de pé também fez
sucesso.
O Júlio, que mora lá falou que, à
noite, alguns gatos saíram e ficaram pela grama.
Quando Sônia chegou, a Printemps
estava lááá na frente do Gatil. Sandy e Gooordo na estante na frente da janela
do cafofo. Tinha um Pretinho (não sabemos qual) dentro do castelo e o resto
entocado na varanda de trás.
Aos poucos eles vão se soltando.
Sônia viu dois gatinhos tigrados
(Quem? Quem?) usando a caixa de areia e isso deu um certo alívio.
Rolou sopinha de ração úmida. Na
hora, só os de sempre comeram (inclua-se a Cor-de-Rosa na lista).
Vamos dar tempo ao tempo e
perturbá-los o mínimo nesses primeiros dias.
A Francesca, que já cuidou de alguns
Encantados, se prontificou a nos ajudar nessa nova empreitada e foi lá vê-los,
o que nos deixa muito emocionadas.
Obrigada, Fran.
É como aquele dito popular: Quem beija meu filho adoça a minha boca!
Bem...
não temos muitas fotos ainda porque estamos tentando deixar tudo muito
calmo nesse período de adaptação. E eles
se incomodam um pouco quando fico tirando muitas fotos!
Mas o que importa, é que os Gatos
Encantados estão juntos e nós sempre estaremos com eles e zelando pelo bem
estar deles.
Não
diga que eu fiquei sozinho
Não
mande alguém me acompanhar
Repare
a multidão precisa
De
alguém mais alto a lhe guiar
Quem me levará sou eu
Quem
regressará sou eu
Não
diga que eu não levo a guia
De
quem souber me amar
“Quem
me levará sou eu”
de
Dominguinhos e Manduka
2 comentários:
Que bonito isso, gente.
O cuidado com o calor, o stress, o respeito ao tempo deles.
Admiro vocês.
Elisa, tudo planejado com muito amor!
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